Memórias da Tertúlia Romântica (1999-2008)

Memórias da Tertúlia Romântica

(1999-2008)

Este blog foi criado com o objetivo de resgatar a memória dos participantes da Tertúlia Romântica no CMPA nos anos entre 1999 e 2008. Refazer caminhos, narrar episódios e conhecimentos dessas vivências nos ajudará a descrever o que significou e ainda significa na vida de vocês, ex-alunos, essa prática interdisciplinar.

Caros ex-alunos e professores, este espaço é seu: publique aqui sua experiência nessa prática educativa, enviando comentários, vídeos, audios e fotos de sua participação.

Clique AQUI para abrir uma sugestão de roteiro para o seu depoimento.

28 maio, 2012

Ítalo Passuelo Zannette


Ítalo Passuelo Zannette, ex-aluno Passuelo, Turma de 2002.
Participei da Tertúlia em 2001, ao que me lembro, foi interpretada a obra O Tempo e o Vento, especificamente O Continente, de Érico Veríssimo.
Atuei na área dos bastidores (grupo de apoio) movendo cenários nos intervalos entre as apresentações, junto com o colega Ariel Copetti.
O que realmente marcou no evento foi o esforço conjunto da turma para compor as apresentações. Enquanto a Hora da Arte possibilitava a cada aluno ou grupo de alunos criar independentemente, a Tertúlia teve um efeito de integração. Recordo que houve uma resistência natural no início, pelo fato de os temas estarem predeterminados, mas a variedade de papeis a serem interpretados deu a todos uma oportunidade de contribuir com seus melhores talentos.
Dos bastidores, assisti em primeira mão a todos os ensaios e performances. Minha própria participação foi muito mais como espectador privilegiado, pois vi de perto a preparação de todos os meus colegas sem ter me envolvido especificamente em nenhuma peça. Marcaram, especialmente, as atuações dos colegas Diego Mroninski, esbanjando carisma na pele do Capitão Rodrigo, Fairuz Castro, no papel de Ana Terra, e Fabiana Raimundo, atuando como Bibiana.
Sou advogado e atualmente sou assessor no Ministério Público.

Priscila Leiria de Moura da Silva

Priscila Leiria de Moura da Silva – Ex-aluna da Turma de 2002 do CMPA
Participei da Tertúlia Romântica no ano de 2001, com o tema de O Continente, primeiro livro da trilogia O Tempo e o Vento de Érico Veríssimo. Minha incumbência inicial era participar dos bastidores do projeto, auxiliando na caracterização das personagens e nas trocas de cena, no entanto, a pedido da Profa. Eva, coube a mim também fazer o papel de uma das mucamas do Casarão. Um papel simples, mas que rendeu boas risadas no momento da caracterização porque os aventais eram feitos com as cortinas da casa da Profa. Eva.
 Lembro que foi um período de muita interação entre os alunos porque envolvia as disciplinas de literatura e história. Recordo que o assunto “Tertúlia Romântica” ultrapassava os períodos das aulas e que, muitas vezes, ficávamos à tarde no CMPA conversando com as Profas. Eva e Helena para desenvolver melhorias nas apresentações. O interessante foi perceber que cada aluno poderia com suas características pessoais contribuir para o andamento do projeto fosse no palco ou fora dele. Acredito que isso fez com que todos vivenciassem não só a Tertúlia em si, mas, principalmente, tivessem a percepção do que era a “visão do homem no tempo, no espaço e no ambiente no século XIX” - como sempre enfatizou a Profa. Eva em suas aulas – que aquele momento histórico representava.
 Recordo do talento nato do Diego Mroninski na pele do Cap. Rodrigo Cambará e seus trocadilhos ao proferir suas falas; da seriedade com que a Fabiana Viegas encarnou a Bibiana; da linda voz da Camila Pereira entoando suas canções. São adoráveis memórias que marcaram esse momento e que, passados 11 anos, permanecem vivas em mim.
Pessoalmente, foi uma fase muito enriquecedora porque me permitiu “vivenciar” um dos livros que mais me fascinou. Pude compreender a dimensão que a atitude dos personagens teve naquela época, bem como aprofundar meus conhecimentos a respeito da história do Rio Grande do Sul. Acredito que ter participado da Tertúlia me fez expandir horizontes, pois comecei a ler as obras de um modo diferente. Passei a apreciar muito mais a construção das tramas em si, a contextualização histórica e a forma que ela influencia os personagens, os dramas e a sua ligação com o enredo. Em suma, a Tertúlia poderia ter sido apenas um trabalho entre duas disciplinas escolares, todavia, foi um presente dado pelo CMPA que deixou aprendizados, lembranças e vivências a todos aqueles que tiveram a oportunidade de dela participar.
Atualmente sou advogada assessora no Tribunal de Justiça.

O Continente – parte 1.  O Tempo e o Vento - cena 1


Sou a primeira mucama da esquerda


Daniela Dutra

Ex-aluna Daniela, número 1401

Participei da Tertúlia no ano de 2001, mesmo ano da Alexandra Peccin. Lembro que estava no grupo que dançaria maxixe, ao som de "Atraente", música da Chiquinha Gonzaga. A Camila Pereira fazia o papel da Chiquinha e nós dançaríamos lindamente a coreografia que nós criamos - com a ajuda de uma professora de dança, se não me engano. No dia da apresentação o som não funcionou e nós não dançamos, uma grande frustração para todos que faziam parte do grupo! A experiência foi bem importante,  aprender a lidar com a frustração é essencial. E, no fim, o que ficou marcado na memória foram os ensaios e as pesquisas feitas para que construíssemos juntos nossa performance.

Projetos como a Tertúlia Romântica fazem parte das lembranças mais relevantes da minha época de colégio, aquelas que guardo com mais carinho! 
Era um projeto que fazia com que os alunos se envolvessem de maneira pró ativa em seu aprendizado, além de fazer com que se apropriassem de sua capacidade criadora.

Sair das classes e fazer o conteúdo ultrapassar as paredes das salas de aula não é fácil e a arte é um aliado forte para que isso possa acontecer. 
Mas não podemos esquecer o fato de que cada arte possui conteúdos específicos que enriquecem a formação dos alunos, por isso, é muito importante que existam profissionais das artes auxiliando alunos e professores durante a participação no projeto! Mais um acerto dos idealizadores: muitas vezes pudemos contar com alguém das artes.

Atualmente sou Professora de teatro do Colégio João XXIII e atriz.
Estou, como atriz, em processo de montagem de um espetáculo musical (que estreia em agosto) - uma adaptação de uma das lendas urbanas mais famosas de Porto Alegre: O Linguiceiro da Rua do Arvoredo.

Leonel Madeira Motta Mattos


Leonel Madeira Motta Mattos - Al 1052

Professora Marta!

Participei da Tertúlia no ano de 2006, quando estava no 2º ano do Ensino Médio.
Lembro-me bem do contexto em que apareci em cena, pois eu seria o índio pai de Iracema. Em determinado momento, teria ainda de declamar "o Canto do Piaga", de Gonçalves Dias. A preparação para isso foi intensa: figurino, texto, postura da personagem... Chegamos inclusive a visitar uma feira na PUC, em que havia uma exposição da tribo Fulni_Ô, para que pudéssemos adquirir materiais, como cocares e chocalhos, e também aperfeiçoar as atitudes de nossas personagens. Lembro, nesse dia, da Professora Eva tentando convencer os índios a nos ensinarem algumas danças, e conseguindo, naturalmente.
No dia da apresentação, por baixo do saiote de índio, eu vestia uma sunga preta. Logo após a declamação, todos que representavam índios entrariam em cena, e se realizaria a dança aprendida com os Fulni_Ô, durante a qual eu deveria, por alguns (longos) instantes ficar de costas para a plateia. Por um azar do destino, o saiote que eu vestia se desfez justo na parte traseira, logo antes de a cena começar. Não precisaria nem dizer que por muito tempo após a Tertúlia, ouvi os mesmos comentários sobre minhas nádegas (ainda que de sunga) expostas para a plateia.
Em outra cena, participei como figurante na declamação de "Noite na Taverna", de Álvares de Azevedo. A correria nos bastidores foi imensa, pois tive de retirar toda a pintura que havia em meu rosto por conta do "Piaga".
Sem dúvida foram momentos inesquecíveis. A desenvoltura que nos foi exigida em cena, bem como a preparação de cada um dos aspectos de quem representaríamos com toda certeza deixaram em todos sua marca, intensamente. Estou, atualmente na AMAN. Encaminho a foto da performance.

Forte Abraço!

Leonel Madeira Motta Mattos

Tarso Souza Martins


Ex aluno Tarso Souza MARTINS, número 2052067

Quando relembro momentos como a Tertúlia Romântica dos meus tempos de baleiro no longínquo 2007 é que percebo como o tempo passa rápido. Parece que foi ontem que a professora Eva veio até mim com a ideia de eu interpretar um padre, na encenação da lenda da Igreja Nossa Senhora das Dores, na Tertúlia que naquele ano foi intitulada "Os Brasileirinhos".
Poucas vezes antes eu tivera oportunidades para interpretar um personagem em uma peça de teatro para um público grande, desconhecido. Minha experiência não passava de algumas peças nas inesquecíveis aulas de Teatro e Música muito bem ministradas pelo professor Lapenta. A Tertúlia propiciou um contato estreito com esse mundo mágico do teatro, viver a atmosfera que se cria em volta de toda a produção, viver o nervosismo da responsabilidade, e principalmente, na minha, viver um pedaço da vida daquele personagem que se está interpretando, o padre da lenda de N.Senhora das Dores.
E quem esteve presente naquela noite talvez não tivesse conhecimento do quanto trabalhamos para aquela apresentação. Foram incontáveis ensaios, pesquisas de como falar, de como andar, de figurino, de expressões faciais, tons de voz (eu particularmente não sabia como era difícil fazer teatro). E talvez - assim esperamos, pelo menos - o público não tenha notado também os vários imprevistos que aconteceram durante a apresentação que precisaram de acrobacias para ser superados. Tudo parte do show.
Enfim, acho que a Tertúlia Romântica foi exatamente como deve ser a vida: qualquer desafio que lhe for dado por mais excêntrico que lhe possa parecer - como interpretar um padre da Porto Alegre antiga do séc. XIX - pode ser superado, com trabalho, com treino, com pesquisa, etc., mesmo que alguns imprevistos apareçam pelo meio do caminho. Atualmente cursando Engenharia Metalúrgica na UFRGS - 7º semestre

Tarso Souza Martins



23 maio, 2012

Jarbas Alfeu de Paula Júnior


Ex Aluno Alfeu, número 0053806
A data exata da Tertúlia não me recordo,mas não poderia esquecer aquele ano de 2005.  “As faces do romantismo atrás das máscaras”.
A obra era a Moreninha de Joaquim Manuel de Macedo, isso eu me lembro perfeitamente, embora não tenha mais certeza das datas do desenrolar dos fatos.
Foi uma preparação muito grande, muitos ensaios,buscamos fotos de época,teve uma preparação de figurino, linguagem utilizada no período, expressões,tudo para dar um maior realismo. Lembro que eu fiz parte do corpo de baile, onde uns 12 alunos dançavam o Galope (dança muito praticada na alta sociedade da corte).
A atividade traz um gosto especial pela busca mais profunda dos detalhes e por conseguinte acabamos entrando no mundo dos personagens, passando então a realmente vivenciar a época, a situação política, econômica, os costumes, e numa atividade cultural escolar acabamos comprendendo um contexto muito amplo, um envolvimento histórico,literário e artístico . Creio que a atividade desenvolve diversos atributos como a criatividade, a sensibilidade artística, a meticulosidade, o detalhismo, a capacidade de organização a capacidade crítica e interpretativa. Ainda lembrando que a Tertúlia traz o exercício da desenvoltura frente a um público tão necessária e imposta pela sociedade, pelo mercado de trabalho atual e pelo próprio mundo globalizado e alicerçado na comunicação em todos os seus campos. Como cadete ainda da Academia Militar das Agulhas Negras vi a importância de atividades como essa nos diversos debates, palestras as quais tive que ministrar,na própria instrução militar, na cadeira de Oratória que faz parte do currículo e nas atividades culturais acadêmicas, nas quais por diversas vezes me destaquei e não encontrei nenhuma dificuldade em desenvolver.
Foi uma experiência marcante, que até hoje relembramos nos encontros de turma, é um marco no próprio Colégio Militar de Porto Alegre.

Jarbas Alfeu de Paula Júnior - 2° Tenente de Cavalaria

Os ensaios

Apresentação da dança "Galope"

Alexandra Peccin


Ex-aluna Alexandra Peccin, número 1622.
Participei da Tertúlia Romântica em 2001. Lembro que combinamos um encontro para o dia da apresentação na casa de uma colega que morava perto do CMPA. E lá estávamos todos, às 5h da manhã, antes do sol raiar, felizes, faceiros e ansiosos para o grande dia da apresentação. Consegui um vestido “de época” emprestado com uma prima, encaracolei as pontas dos cabelos e me maquiei. Meu personagem declamava partes do poema "Navio Negreiro" de Castro Alves.  Me preparei para o “grande dia” treinando o volume da voz, pois a apresentação seria no Salão Brasil, e decorei o texto (aliás, todo mundo lá em casa!)... “Era um sonho dantesco.. um tombadilho! Até hoje, às vezes, me surpreendo ao lembrar dessa simples, mas marcante frase! Acho muito importante essa oportunidade que a Tertúlia  ofereceu  aos seus alunos, pois as atividades realizadas, revisitando o século XIX , fora da sala de aula,  não se  tornaram   cansativo e desinteressante. A Tertúlia Romântica me proporcionou uma vivência mais realista e atraente dos clássicos deste período, do que apenas ler nos livros de literatura.
Confesso que as participações na Tertúlia Romântica me fazem sentir muita saudade dos tempos de colégio... bons momentos que guardo com muito carinho.
Uma foto do nosso grupo caracterizados  no século XIX.
Atualmente exerço a profissão de advogada.

Eu sou estou de vestido  preto na frente da 
professora Helena de literatura. 

07 maio, 2012

Memória

* Amplie a foto clicando nela...

Marta, professora Eva deixou esse comentário sobre a sua postagem:

O projeto Tertúlia Romântica se propunha  a inclusão de todos os alunos da 2ª série, valorizando as habilidades que faziam parte da história de cada um e a desenvolver tantas outras necessárias para a execução do projeto. 
Na foto, Tertúlia - 2008 - Cem Anos de Machado de Assis, os alunos construindo  a ambientação do cenário do evento e selecionando textos da produção literária do autor, os mais diversos títulos.