Considero a Tertúlia Romântica do ano de 2007, da qual eu
participei como aluno do 2o ano do EM, um dos eventos mais marcantes da minha
passagem pelo Colégio Militar de Porto Alegre. Apareci na Tertúlia, denominada
"Os Brasileirinhos", em duas partes: a primeira foi para cantar a
música "Tertúlia", do grupo musical Os Serranos, juntamente com mais
três colegas; a segunda aparição, que foi a mais marcante, foi como o escravo
que tinha a missão de pintar a Igreja Nossa Senhora das Dores e que foi
enforcado após uma injusta acusação de roubo. Usei uma roupa branca (que a
professora Eva sujou de tinta preta momentos antes da apresentação), uma
sandália de couro e umas correntes feitas de cartolina. Além disso, me deram um
pequeno pincel para a cena, o qual gerou uma situação um tanto cômica, pois
fiquei pintando duas enormes torres da igreja com o "pincelzinho".
Brincadeiras a parte, de tanto que ensaiei, lembro-me até hoje da minha
principal fala na cena:
"Morro porque sou um escravo, mas sou inocente e a prova disso é que as
torres da Igreja da Nossa Senhora das Dores nunca serão terminadas!"
Ao ser convidado a prestar este depoimento, lembrei-me com
carinho da professora Ione, da sobrinha dela que auxiliava nos ensaios, dos
colegas que contracenaram comigo e dos momentos de ensaio que alternavam
brincadeiras e foco na encenação. Teve um pessoal que dançou "maxixe"
e tango, danças que eu gostaria de ter aprendido também. Foi uma experiência
altamente proveitosa por três principais motivos: o primeiro foi conviver com
companheiros de turma com os quais eu nunca havia conversado antes; o segundo
foi aprimorar minha capacidade de expressão, uma vez que eu já havia me
apresentado em público naquele ano. Foi no dia das mães interpretando o guarda
municipal no "Y.M.C.A", música do Village People. Já o terceiro e
último motivo é o contato diferenciado parte da matéria escolar, fato que
motiva o discente a aprender a medida que desperta a sua curiosidade e o seu
envolvimento com a cultura e com a arte.
Atualmente, sou cadete do 3o ano da Academia Militar das Agulhas
Negras, da Arma de Artilharia e creio que a Tertúlia me ajudou a ser mais
desinibido perante meus superiores e meus subordinados, além de aumentar minha
capacidade de expressão e de agir diante de um público relativamente numeroso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Coloque aqui seu depoimento.