PATRÍCIA
RODRIGUES AUGUSTO CARRA - Professora de História CMPA
Participei da Tertúlia do ano de 2004. Neste ano estivemos envolvidas
eu, a professora Eva (idealizadora, criadora do projeto) e a professora Helena.
Também tivemos a contribuição de uma professora de teatro (excelente), Miriam
Benigna.
Era um projeto onde alunos e professores se envolviam ao máximo. Quando
a Tertúlia era apresentada a gente nem acreditava que toda aquela construção
que, por vezes, parecia confusa se encaixava e tudo era tão belo.
Alunos e alunas revelando talentos, demonstrando um pouco do muito que
durante processo de escolha dos quadros, dos textos e dos figurinos; que
durante ensaios e construção de cenários apareceu.
Quando uso o termo “confusa” não estou usando de forma pejorativa. Uso
por falta de outra palavra para adjetivar o processo criativo, de trocas, de
experimentações e descobertas que a um primeiro olhar parece barulhento e, por
vezes, revela stress.
Quando digo que a apresentação revelava apenas uma parte de toda
construção não exagero. A apresentação revelava apenas a ponta do iceberg. No
palco não aparecia a turma da produção e do apoio. As cenas das inúmeras
discussões sobre temas relacionados ao humano e do fazer em grupo. Também não
eram retratados os momentos do ensinar e aprender entre pares, do espanto
discente em se flagrar ensinando professoras e das surpresas reveladas nos
talentos escondidos/ não sabidos de alunos e alunas.
A Tertúlia era algo que os estudantes curtiam, brigavam por terem de
fazer, reclamavam, organizam-se para fazer o melhor, apresentavam soluções
impensáveis e perfeitamente cabíveis, eram desafiados, criavam. Isso tudo junto
e misturado.
Era também uma espécie de rito. Todo segundo ano tinha a sua Tertúlia e
depois dela os assuntos que passavam a ocupar o mundo eram os concursos para as
Forças Armadas e a preparação para o vestibular. A Tertúlia era a possibilidade
da fantasia, do aprender em um movimento diferente do habitual e, talvez, por
isso, tão revelador e tão aparentemente confuso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Coloque aqui seu depoimento.