Memórias da Tertúlia Romântica (1999-2008)

Memórias da Tertúlia Romântica

(1999-2008)

Este blog foi criado com o objetivo de resgatar a memória dos participantes da Tertúlia Romântica no CMPA nos anos entre 1999 e 2008. Refazer caminhos, narrar episódios e conhecimentos dessas vivências nos ajudará a descrever o que significou e ainda significa na vida de vocês, ex-alunos, essa prática interdisciplinar.

Caros ex-alunos e professores, este espaço é seu: publique aqui sua experiência nessa prática educativa, enviando comentários, vídeos, audios e fotos de sua participação.

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15 julho, 2012

Depoimento da Professora de Literatura: Ione Vinhais


IONE VINHAIS - Professora de Literatura CMPA
Lembro com carinho das muitas manhãs e tardes que passávamos envolvidos com a elaboração de textos, pesquisa de indumentárias e de cenários, declamações, cantos, danças, representações teatrais. As discussões, o “eterno” refazer de quadros, o grupo de apoio, tudo na busca da representação da sociedade do século XIX, entrecruzando os conhecimentos literários, históricos, artísticos e culturais.
OFICINA DE CONFECÇÃO DE MÁSCARAS



















PESQUISA DE INDUMENTÁRIA
O projeto Tertúlia Romântica apresentava uma proposta de pesquisa sobre o conhecimento, portanto professores e alunos envolviam-se na recomposição do século XIX contrastando com as características de vida dos séculos XX e XXI. Esta atividade transcorria nos períodos das disciplinas de Literatura e de História do horário de 2º. ano do Ensino Médio sempre visando a abordagem do conteúdo.
O projeto sempre se desenvolveu através do trabalho conjunto entre os professores de História, Literatura e Artes, sendo que as oficinas eram ministradas por profissionais que compunham o apoio técnico. A participação dos alunos “tertulianos” sempre foi fundamental para a existência do estudo, pois sem o comprometimento dos mesmos seria impossível a sua realização, haja vista que todos os alunos do segundo ano (entre 150 e 170) deveriam participar.
Os períodos romântico e realista do século XIX tinham seus textos lidos e interpretados relacionados ao contexto histórico de sua produção, destacando-se entre outros, a vinda da família real para o Brasil, início da atividade editorial, proclamação da independência do Brasil, as revoltas populares, a luta pelo fim da escravidão e, na Europa, a primeira revolução industrial, a revolução francesa, as mudanças trazidas para a ciência pela teoria da evolução.
O índio era representado de acordo com a sua representação nas obras literárias, mas, ao mesmo tempo, discutia-se o processo de aculturação e proporcionava-se o contato com o indígena atual que trabalha nas ruas de Porto Alegre.




















Lembro do surgimento do tema de uma das Tertúlias, em uma aula de literatura, líamos e interpretávamos o Canto do Piaga, de Gonçalves Dias, os alunos perceberam as diferenças dos valores culturais indígenas e elaboraram textos sobre “o canto dos jovens”, dando origens ao estudo sob o título de “brasileirinhos”.
Assim, “viajando” no século XIX, construíam-se conhecimentos sobre: a identidade nacional, a individualização do sonho, o caráter contestador e revolucionário da história, a dimensão lendário-mítica, o desenvolvimento da urbanidade, a discriminação social, a exploração da existência mais íntima da humanidade.
Essas lembranças trazem saudade de uma prática escolar que priorizava as relações humanas e sociais no processo ensino-aprendizagem, sendo este blog uma oportunidade de registro da importância desta vivência para nós professores e para muitos alunos que a experimentaram.

NO TEATRO

  
NA DANÇA:




NA DECLAMAÇÃO:



“TUDO VALE A PENA QUANDO A ALMA NÃO É PEQUENA”.
Fernando Pessoa







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