Ex-aluna Silvia, número 4173682.
Através da Tertúlia de 2007, fiquei conhecida entre muitos como a
"menina do vestido azul", já que eu não saia do palco um segundo
sequer, utilizando o mesmo traje em várias participações das quais nunca
esquecerei (em ordem): cantar na abertura do evento com meus colegas; a malvada
Corina; a doce Ceci encenando em dois blocos (um, com seu par romântico, Peri;
outro, com outras mulheres do Romantismo); e dançar a valsa romântica. Foram
tipos de participações que já estavam presentes na minha vida, pois era
integrante do Coral e da Oficina de Teatro, mas tiveram sua singularidade neste
evento. Foi engraçado, pois o público ficou confuso em relação ao tipo de
personagem realizado, ainda mais que não tive tempo para trocar de roupa, já
que minhas cenas foram seguidas: “Afinal, Silvia, além de cantora e dançarina, tu era a vilã ou a mocinha?”. E eu respondia, em
risos, “Tudo”.
Para ser sincera, tanto o personagem da perversa Corina quanto o da
meiga Ceci foram importantes pra mim, e não tive preferência, pois cada uma
representava uma personalidade, e foi um prazer interpretar uma vilã e uma
mocinha. No entanto, percebi que, para o público, a Corina foi mais marcante. Algumas
pessoas que eu nem conhecia, ou com quem pouco falava me chamaram de “ruim”, dizendo que eu
deveria ter sido castigada. Essa personagem estava inserida no cenário da
construção da Igreja Nossa Senhora das Dores.
A maldosa mulher aproveitou-se de um amigo, Rafael, o qual estava
perdidamente apaixonado por ela. Assim, em certa ocasião, Corina fez um pedido
que não seria fácil de ser atendido:
“Rafael, se tu me amas, traga-me o colar que
está na imagem de Nossa Senhora das Dores?”
O amigo, primeiramente, disse que poderia dar a ela outro colar, um que
ela pudesse utilizar, porque esse pedido era inviável. Porém, a vilã insiste:
“Nada é impossível nessa vida, ainda mais se
o amor entra como causa. Faze a vontade à tua amada, faze! Eu me apaixonei por
ti e pelo colar.”
E, assim, Rafael rouba o colar e quem recebe a culpa foi o pedreiro José
(interpretado pelo aluno Douglas Flores), que foi enforcado injustamente.
A cena termina com o sorriso cínico e maléfico de Corina enquanto esta
caminhava pelo espaço e segurava o colar em seus dedos de maneira a exibi-lo.
Tenho ótimas recordações do CMPA e da Tertúlia. Através daquela, me
aproximei de pessoas com as quais tinha pouco contato fiz novas amizades
que até hoje perduram. Foi marcante pra mim não só nesse sentido, como também
no de proporcionar subsídios para a própria arte. A meu ver, os ensaios foram
mais significativos, pois era necessária toda uma construção do evento, com
muitas tentativas, altos e baixos, brincadeiras, erros, risos e um pouco de
estresse. Uma mescla de aspectos que, no fim, foram essenciais para o
rendimento e o ótimo efeito final, a apresentação.
Atualmente
sou acadêmica de Psicologia na UFRGS, e me encontro no 5° semestre. Sou
apaixonada pelo curso, e não teria espaço pra descrever tudo a respeito. Enfim,
toda bagagem que tenho do CMPA e da Tertúlia continuam a ser importantes pra
mim, e tem um grande diferencial em diversas perspectivas. Levo todas as
lembranças desse período com muito carinho e agradeço por tudo que lá
vivenciei.
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