Memórias da Tertúlia Romântica (1999-2008)

Memórias da Tertúlia Romântica

(1999-2008)

Este blog foi criado com o objetivo de resgatar a memória dos participantes da Tertúlia Romântica no CMPA nos anos entre 1999 e 2008. Refazer caminhos, narrar episódios e conhecimentos dessas vivências nos ajudará a descrever o que significou e ainda significa na vida de vocês, ex-alunos, essa prática interdisciplinar.

Caros ex-alunos e professores, este espaço é seu: publique aqui sua experiência nessa prática educativa, enviando comentários, vídeos, audios e fotos de sua participação.

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03 julho, 2012

Silvia de Andrade Neves Dias Brites


Ex-aluna Silvia, número 4173682.
Através da Tertúlia de 2007, fiquei conhecida entre muitos como a "menina do vestido azul", já que eu não saia do palco um segundo sequer, utilizando o mesmo traje em várias participações das quais nunca esquecerei (em ordem): cantar na abertura do evento com meus colegas; a malvada Corina; a doce Ceci encenando em dois blocos (um, com seu par romântico, Peri; outro, com outras mulheres do Romantismo); e dançar a valsa romântica. Foram tipos de participações que já estavam presentes na minha vida, pois era integrante do Coral e da Oficina de Teatro, mas tiveram sua singularidade neste evento. Foi engraçado, pois o público ficou confuso em relação ao tipo de personagem realizado, ainda mais que não tive tempo para trocar de roupa, já que minhas cenas foram seguidas: Afinal, Silvia, além de cantora e dançarina, tu era a vilã ou a mocinha?. E eu respondia, em risos, Tudo.
Para ser sincera, tanto o personagem da perversa Corina quanto o da meiga Ceci foram importantes pra mim, e não tive preferência, pois cada uma representava uma personalidade, e foi um prazer interpretar uma vilã e uma mocinha. No entanto, percebi que, para o público, a Corina foi mais marcante. Algumas pessoas que eu nem conhecia, ou com quem pouco falava me chamaram de ruim, dizendo que eu deveria ter sido castigada. Essa personagem estava inserida no cenário da construção da Igreja Nossa Senhora das Dores.
A maldosa mulher aproveitou-se de um amigo, Rafael, o qual estava perdidamente apaixonado por ela. Assim, em certa ocasião, Corina fez um pedido que não seria fácil de ser atendido:
Rafael, se tu me amas, traga-me o colar que está na imagem de Nossa Senhora das Dores?
O amigo, primeiramente, disse que poderia dar a ela outro colar, um que ela pudesse utilizar, porque esse pedido era inviável. Porém, a vilã insiste:
Nada é impossível nessa vida, ainda mais se o amor entra como causa. Faze a vontade à tua amada, faze! Eu me apaixonei por ti e pelo colar.
E, assim, Rafael rouba o colar e quem recebe a culpa foi o pedreiro José (interpretado pelo aluno Douglas Flores), que foi enforcado injustamente.
A cena termina com o sorriso cínico e maléfico de Corina enquanto esta caminhava pelo espaço e segurava o colar em seus dedos de maneira a exibi-lo.
Tenho ótimas recordações do CMPA e da Tertúlia. Através daquela, me aproximei de pessoas com as quais tinha pouco contato fiz novas amizades que até hoje perduram. Foi marcante pra mim não só nesse sentido, como também no de proporcionar subsídios para a própria arte. A meu ver, os ensaios foram mais significativos, pois era necessária toda uma construção do evento, com muitas tentativas, altos e baixos, brincadeiras, erros, risos e um pouco de estresse. Uma mescla de aspectos que, no fim, foram essenciais para o rendimento e o ótimo efeito final, a apresentação.
Atualmente sou acadêmica de Psicologia na UFRGS, e me encontro no 5° semestre. Sou apaixonada pelo curso, e não teria espaço pra descrever tudo a respeito. Enfim, toda bagagem que tenho do CMPA e da Tertúlia continuam a ser importantes pra mim, e tem um grande diferencial em diversas perspectivas. Levo todas as lembranças desse período com muito carinho e agradeço por tudo que lá vivenciei.




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